domingo, 4 de julho de 2010

29a Bienal de São Paulo

Autor: Art a part of cult(ure)

A 29ª Bienal de São Paulo está ancorada na ideia de que é impossível separar a arte da política. Essa impossibilidade se expressa no fato de que a arte, por meios que lhes são próprios, é capaz de interromper as coordenadas sensoriais com que entendemos e habitamos o mundo, inserindo nele temas e atitudes que ali não cabiam e tornando-o, assim, diferente e mais largo.

A eleição desse princípio organizador do projeto curatorial se justifica por duas principais razões. Em primeiro lugar, por viver-se em um mundo de conflitos diversos, onde paradigmas de sociabilidade são o tempo inteiro questionados, e no qual a arte se afirma como meio privilegiado de apreensão e simultânea reinvenção da realidade. Em segundo lugar, por ter sido tão extenso esse movimento de aproximação entre arte e política nas duas últimas décadas, se faz necessário, novamente, destacar a singularidade da primeira em relação à segunda, por vezes confundidas ao ponto da indistinção.


sexta-feira, 7 de maio de 2010

Experiência de morte no Teatro

No momento me lembrei de uma experiência antiga

Foi quando eu estava na platéia do Teatro Goiânia
No palco a spin cantora Marivone Caetano cantava Caro Nome, de Verdi
Ela usava um belo vestido negro, colocou a mão sobre o joelho e um pouco derreada e olhando para o céu cantou
Neste momento adormeci
Durante o sonho, a cantora atuava no palco
Sento Una Forza Indomita foi outra música cantada
Durante o sono vi-me no mato, em frente a uma casa de palha
Aroxima-se uma ave negra, a inhauma ou inhuma
A ave se aproximou como se fosse aliada
A ave começou a enfiar as penas do seu rabo no meu coração
Dor
Comecei a morrer
Morri
Inexisti
Fui salvo pelas palmas dos presentes
Era o povo aplaudindo Marivone Caetano
Durante a minha morte, quanto mais palmas mais as penas entravam no meu coração
Foi quando vi que o momento da morte é um momento de silêncio
( ) Sem palmas
Devido as penas, o meu coração foi parando.
Esquecimento total.
Inexistência.
Morri.
O eco me matou
Silêncio!
Silêncio na hora da morte
Que morramos sem palmas ou lanças por perto
.